

A Escola Lacaniana de Psicanálise – Brasília, já existe há mais de duas
décadas e é uma das mais tradicionais instituições de formação em
Psicanálise com foco nas perspectivas de Sigmund Freud e Jacques Lacan.
O trabalho desenvolvido pela ELP-B ao longo dos últimos vinte anos envolve
a árdua tarefa de levar adiante a reinvenção da psicanálise no contexto do
mundo contemporâneo acompanhando os passos de seus fundadores. O
compromisso ético de seus membros é trabalhar pela construção de
dispositivos que dêem conta da complexidade das duas vertentes principais
que compõem a proposta de Lacan: a psicanálise em intensão, em nível
privado, com seus avatares próprios, neles incluída a psicanálise-controle
(supervisão); e a psicanálise em extensão, única base possível para motivar
uma Escola e que funda suas raizes na experiência analítica. É da dialética
dessas duas vertentes, intensão e extensão noduladas, que emerge o
“autorizar-se por si mesmo e por alguns outros”, axioma que marca a
formação do analista e que dá ao significante Escola seus fundamentos.
Uma perspectiva através da qual a história da construção da psicanálise pode ser lida diz respeito às suas cisões e ao estabelecimento de diferenças. Freud nos dá o testemunho do quanto lhe custou a descoberta revolucionária de uma “outra cena” psíquica, onde o conceito de inconsciente prosperou, sempre fundada na observação obstinada dos fatos clínicos. Foi, também, através da evolução de uma técnica de intervenção que os fundamentos da psicanálise puderam ser demonstrados, técnica cuja hipertrofia e desvios marcaram a prática analítica após sua morte. Boa parte do ensino de Lacan foi dedicada a restaurar o “sentido de Freud” que assim arriscava se perder. Sua inovação teórica, seu paradigma fundamental, modificaram profundamente a práxis analítica, tendo como conseqüência inevitável a reinvenção de dispositivos que dessem conta não só do aprofundamento e permanente desenvolvimento dos seus conceitos fundamentais, como também da formação do analista. Como conseqüência lógica desse ensino, a fundação, por Lacan, da Escola Freudiana de Paris em 1964 não foi somente um acontecimento histórico dentro do movimento psicanalítico internacional, mas a criação de um campo onde a doutrina psicanalítica pudesse prosperar em bases inovadoras e a formação do analista pudesse se dar em consonância com essa doutrina. Neste sentido, é impossível hoje pensar Freud sem Lacan e vice-versa e a morte de ambos nos deixa a herança fundadora do pai simbólico, que legitima a práxis de uma Escola.
Uma perspectiva através da qual a história da construção da psicanálise pode ser lida diz respeito às suas cisões e ao estabelecimento de diferenças. Freud nos dá o testemunho do quanto lhe custou a descoberta revolucionária de uma “outra cena” psíquica, onde o conceito de inconsciente prosperou, sempre fundada na observação obstinada dos fatos clínicos. Foi, também, através da evolução de uma técnica de intervenção que os fundamentos da psicanálise puderam ser demonstrados, técnica cuja hipertrofia e desvios marcaram a prática analítica após sua morte. Boa parte do ensino de Lacan foi dedicada a restaurar o “sentido de Freud” que assim arriscava se perder. Sua inovação teórica, seu paradigma fundamental, modificaram profundamente a práxis analítica, tendo como conseqüência inevitável a reinvenção de dispositivos que dessem conta não só do aprofundamento e permanente desenvolvimento dos seus conceitos fundamentais, como também da formação do analista. Como conseqüência lógica desse ensino, a fundação, por Lacan, da Escola Freudiana de Paris em 1964 não foi somente um acontecimento histórico dentro do movimento psicanalítico internacional, mas a criação de um campo onde a doutrina psicanalítica pudesse prosperar em bases inovadoras e a formação do analista pudesse se dar em consonância com essa doutrina. Neste sentido, é impossível hoje pensar Freud sem Lacan e vice-versa e a morte de ambos nos deixa a herança fundadora do pai simbólico, que legitima a práxis de uma Escola.